Marie é uma garota jovem e fechada que já nos é apresentada com certa fascinação pela piscina, pelo nado sincronizado, ou por quem participa dele, na verdade. Em nenhum momento conhecemos sua família, não há nenhuma menção de que há alguém cuidando dela. Apesar de não conhecermos os familiares dessa história, no caso da melhor amiga de Marie e de Floriane, há menções aos pais. Marie parece sozinha, apesar de sempre estar acompanhada de Anne e posteriormente de Floriane.
Aos poucos vemos Marie se descobrir nessa paixão adolescente por Floriane, que quase sempre leva a frustrações. Floriane já nos parece uma jovem mais amadurecida, cercada de assédios por homens de sua idade e mais velhos, ela vive com sua sexualidade sendo usada para defini-la, seja pelos homens, como objeto sexual, ou pelas colegas que a definem como “vadia”.A personagem da ainda muito nova Adèle Haenel, se aproxima de Marie e as duas criam uma amizade, algo novo para Floriane que é odiada pela maioria das meninas.
Anne é uma personagem que eu gostaria de ver mais. Ela também passa por uma paixão adolescente, como sua melhor amiga, e ao mesmo tempo enfrenta questões de aceitação corporal. No final, uma cena poética na piscina, que é tão importante nessa história, e a certeza de que vimos aqui apenas um recorte do tempo, que continua sem nossa observação.
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