Dos filmes de Argento que já vi, esse é o que mais gosto. Numa segunda visita a Profondo Rosso já estava com meu olhar mais treinado para perceber os detalhes que passaram batidos na primeira vez.
A resposta do mistério de quem é o assassino é entregue logo no começo, mas assim como o protagonista, nós ficamos confusos com o que vimos. Marcus sabe que viu algo e nós também temos essa sensação de que algo importante passou rapidamente, no meio de tantas informações. É claro que hoje é muito simples resolver esse enigma, qualquer espectador tem o poder de voltar e pausar, algo que a modernidade tornou tão normal mas que pode estragar a fascinação que o suspense pode nos propiciar.Em minha segunda visita ao filme foi muito mais claro observar esse momento, mas eu não trocaria a diversão de desvendar o mistério pela resposta precoce.
Dada a face do assassino, que nem nós nem Marcus percebemos com clareza, uma pista é dada: o olho carregado de lápis preto (além da capa e das luvas). Como alguns personagens usam esse tipo de maquiagem, é fácil criar uma lista de suspeitos ao longo do filme e também descartar um suspeito, já que assistimos a seu álibi.
A partir do momento em que vê Helga ser assassinada, Marcus começa a investigar o caso com a ajuda da jornalista e do amigo de Helga. O músico se afunda cada vez mais na investigação, indo atrás de todas as pistas, colocando em risco sua própria vida e de seus companheiros.
As cenas das mortes são fantásticas, uma marca registrada de Argento, sem economizar na violência e no sangue vermelho vivo. O uso dos espaços, as movimentações de câmera e a trilha sonora marcante constroem a atmosfera de suspense que praticamente não tem alívios, estamos em constante busca para resolver esse mistério e qualquer um pode ser o próximo a morrer.
O desfecho nos entrega todas as respostas e mostra que nós, espectadores e protagonista, sempre soubemos qual era o rosto do assassino, fechando o filme numa poça vermelha que se torna um espelho para o rosto abalado de Marcus.
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